Por ora, gostei muito. Não vou dizer aqui que se trata de um filme inteligente, pois dizer isto de um trabalho de Allen é chover no molhado. Se é para afirmar algo que seja, de fato, exclusivo, então digo que é um filme romântico. Mas saibam: é um romance no melhor estilo Woody Allen, o que quer dizer uma comédia dramática romântica. Entendo assim: Woody busca fazer de cada filme um ensaio qualquer sobre determinado tema. Se em Match Point o tema é sorte, em Vicky Cristina Barcelona, o roteirista usa o amor para falar de "insatisfação emotiva". Para isso, nada melhor do que um elenco caliente e uma cidade apaixonante. Se Barcelona é o cenário ideal, Penélope Cruz é a atriz perfeita. Maria Elena, sua personagem, é simplesmente maravilhosa, e Penélope justifica a indicação ao Oscar que recebeu por Volver - ela está demais.
O triângulo formado por ela, o personagem de Javier Barden (Juan, ou seria "Don Juan", pois ele é o perfeito 'amante latino') e Cristina, personagem de Johansson, é o que tem de melhor na história. Quando juntos, a coisa funciona; sem Cristina, vai tudo por água abaixo. Nem Vicky (Rebecca Hall), aparentemente convicta de seus sentimentos, resiste ao charmoso Juan. E a história que Allen lhe reserva não é menos interessante. No fim, as americanas Vicky e Cristina, que chegaram em Barcelona para uma temporada de férias, saem de lá marcadas pelo sol mediterrâneo - muito mais por dentro do que por fora.
Agora é esperar para ver até onde vai Vicky Cristina Barcelona. Match Point conseguiu uma indicação de Melhor Roteiro Original no Oscar e de Melhor Filme no Globo de Ouro. Será que Vicky Cristina repete o feito, será que vai mais longe, será que nem vai? Dia 11 de dezembro é aberta a temporada de premiações, quando a HFPA anuncia os indicados ao Globo de Ouro. Veremos.
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