Mais de um mês depois da cerimônia, eu venho escrever sobre a maior premiação do cinema americano. Esta longa distância tem seus prós e contras. A vantagem é que faço uma análise mais fria, racional. A desvantagem é que talvez já não me lembre de alguns detalhes.
Há um motivo muito claro para o fato de eu ter deixado correr tanto tempo: deu aquilo que todos já esperavam. Por isso, não é necessário escrever muito mais do que eu já escrevi anteriormente.
Sei que gostei muito do Oscar este ano. Acho que a Academia finalmente acertou na dinâmica da cerimônia. Entretanto, não foi desta vez que os organizadores conseguiram lidar com as canções indicadas: trata-se de um momento crítico, que beira ao tédio (para ser gentil); os números musicais costumam ser longos e, geralmente, um ou outro cantor resolve não aparecer, fato que se repetiu este ano. É nítida a queda de atratividade do evento no momento das músicas, e eles sabem disso, tanto é que reduziram de 5 para 3 o número de indicações e, em vez de espalhar as performances durante o evento como costumavam fazer, reuniram todas elas em um único momento, e num pout-pourri! O resultado final não foi bom.
No mais, achei ótimo o desempenho de Hugh Jackman no comando da festa: foi sóbrio, sem excessos. Gostei do cenário, palco e plateia estavam mais próximos (ao menos pelos ângulos da TV). A ideia de trazer vencedores do passado, de várias gerações, para anunciar - e homenagear - os indicados e premiados nas categorias de Ator, Atriz e Coadjuvantes foi sensacional: valorizou imensamente o momento e conseguiu emocionar o público telespectador. Outra bela sacada com relação à dinâmica foi ter reunido categorias afins no mesmo bloco e nas mãos de um mesmo apresentador (vídeo abaixo: Direção de Arte + Maquiagem + Figurino nas mãos de Daniel Craig e Sarah Jessica Parker). Sem falar nos belos cenários temáticos montados para cada grupo de categorias.
Ah, sim, eu não poderia deixar de citar o momento mais hilário da noite, quando Ben Stiller entrou no palco ao lado de Natalie Portman, com o esquisito visual de Joaquin Phoenix - o cara que há poucos anos concorreu ao Oscar por sua performance em Johnny e June decidiu virar rapper, ou coisa parecida; ainda se discute se o negócio é sério ou pura jogada de marketing. Embora tenha sido cômico, alguns podem argumentar, e com razão, que a paródia retirou a atenção dos indicados à Melhor Fotografia, categoria que Portman e Stiller foram apresentar.
A vitória de Slumdog é justa. Foi o melhor filme que assisti entre os cinco principais (ainda não vi Frost/Nixon, o único que saiu de mãos abanando, o que já era esperado). No entanto, achei 8 estatuetas um pouco exagerado. Ele supera um time de peso como Gladiador (5) Forrest Gump (6), O Poderoso Chefão 2 (6) e A Lista de Schindler (7) - filmes que, convenhamos, têm muito mais jeitão de Oscar. Eu disse "jeitão", não significa que eu os tenha preferido. Seriam sinais de novos tempos na Academia? Devo confessar que torci e fiquei muito feliz, mesmo, com o sucesso do longa de Danny Boyle e cia.
A única surpresa ficou por conta da categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Todos esperavam Valsa com Bashir, mas o japonês Departures roubou a estatueta do israelense na hora H e fez milionário, assim como Jamal, quem nele apostou.
Pronto. Prometo não encher-lhes mais a paciência com esse negócio de prêmios... chega desse papo de cinéfilo! =D Pelo menos até dezembro, quando saem os indicados ao Globo de Ouro 2010!
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