segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Claquete: Julie & Julia


Dei a dica no antepenúltimo post e fui correndo conferir o filme, afinal, se a dica fosse furada dava tempo de voltar aqui e me corrigir, rapidinho. Não é furada. E digo mais: Julie & Julia superou minhas expectativas e vai chegar (a partir de agora, quando eu disser "vai chegar" me refiro às listas de premiações que acontecem de janeiro à março de 2010).

O filme é delicioso. Meryl Streep e Amy Adams mais uma vez estão absolutamente firmes, ótimas, encantadoras. Amy é uma bela atriz - não sei se cheguei a escrever aqui, à época do Oscar, mas ela já me conquistara em "Dúvida"; para mim, é dela a melhor performance entre os 4 atores que foram indicados ao Oscar por este filme (além de Adams e Streep, Philip Seymour Hoffman e Viola Davis também concorreram à estatueta - ninguém levou).

Julie & Julia é também engraçado. Meryl Streep e Stanley Tucci parecem ter nascido um para o outro, embora o contraste físico nos faça duvidar disto a princípio. Aliás, a corpulência de Julia Child só contribui para torná-la mais simpática.

É importante ressaltar: já na parte final (não se preocupem, não vou contar), há um fato na história que faz com que o filme seja um pouquinho mais do que um "água com açúcar". O fato rompe uma certa aura de harmonia e empatia que se estabelece, desde a primeira cena, entre o público e as personagens principais. Não chega a romper, vá lá, mas certamente a abala. Somos obrigados a nos confrontar com o juízo muito positivo que havíamos criado ao longo do filme acerca de uma das personagens. A atitude nos inquieta por parecer claramente incoerente com o caráter da personagem. Como não existe nenhuma vilã na história, não somos acometidos pela raiva, mas pela decepção. É aí que o filme se torna ainda mais interessante, porque humano.

Portanto, reforço: assistam à Julie & Julia. Ainda melhor se for num domingo à tarde.

A verdadeira Julie Powell: até que lembra a Amy Adams, não?

Indiscreto: Armazém do Café aproveita a oportunidade


E depois da sessão de cinema, sentamos no Armazém do Café (como era de se esperar, o filme deu fome). Flavinha observou o adesivo na porta e eu achei legal fotografar. A marca faz bom uso do chamado marketing de oportunidade, isto é, toma um assunto que está na boca do povo e na rua (literalmente, no caso da Lei Seca!) e cria um gancho para promover a marca. O resultado é uma comunicação mais atual, mais próxima da realidade e, por isso, muitas vezes mais eficiente.

No entanto, eu ainda prefiro a "Operação Asfalto Liso - Eu apoio": uma entre as várias paródias que rolam por aí.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Claquete: Façam suas apostas

Daqui a 20 dias (15/01) entramos oficialmente na temporada de premiações do cinema americano, com o anúncio dos indicados ao Globo de Ouro 2010. E, quem me conhece, sabe que é um de meus expedientes favoritos apostar em nomes durante esta escalada que culmina no início de março, com a entrega do Oscar. Nesta sexta, dia 27, estreia nas telas brasileiras uma de minhas apostas: Julie & Julia. Não sei se tem força para chegar ao Oscar, mas arrisco dizer que é um dos concorrentes ao Globo de Ouro (nossa primeira escala), na categoria Melhor Filme Comédia/Musical. Trailer de "Julie & Julia": oscarizável?

O filme reedita a dobradinha que deu muito certo em Dúvida: Amy Adams e Meryl Streep. Dessa vez, no entanto, elas não se encontram pois suas personagens vivem em épocas e lugares distintos. Parece-me ser um bom filme. Aliás, do pouco que li, me lembrou ligeiramente As Horas, pelas histórias que se interrelacionam e por contar também com o talento de Streep (a "Mrs. Dalloway" contemporânea).

Fica então a aposta e a dica para o fim de semana.

Identidade de marca: McDonald's é verde

Não é de hoje que a rede de fast-food McDonald's se esforça para transmitir uma imagem ligada à saúde, ao bem-estar físico e à responsabilidade social e ambiental. Definir novas orientações de identidade de marca não é tão difícil, o problema mesmo é fazer com que o público perceba esta transformação. É aí que reside a diferença entre identidade e imagem. E no caso do McDonald's, não sei dizer se esta última já anda em sintonia com a primeira. Fato é que não falta empenho por parte da empresa.

A nova cartada - e uma das mais radicais - foi trocar o vermelho tradicional pelo verde no logotipo e nas fachadas das lojas. Pelo menos assim começa a ser na Alemanha (primeiro país europeu a empreender a mudança - onde mais seria, a propósito?). Até o fim de 2009 cem restaurantes da cadeia vão trocar de cores. Algumas franquias no Reino Unido e na França já estão fazendo o mesmo. Não há, porém, indícios de que a ação será repetida fora da Europa. Vale lembrar que trabalhar com identidade é, também, se adequar a culturas locais. Na Europa, sabemos, a questão ambiental é prioritária e a sociedade pressiona governos e empresas por iniciativas verdes, mais do que em qualquer outro lugar do mundo. Assim, faz sentido ficar verde lá e permanecer vermelho por aqui - por enquanto.
 

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Guerrilha: Avamys, GSK

Laboratórios farmacêuticos travam uma verdadeira guerra below-the-line para fazer com que seus produtos conquistem espaço nas receitas médicas Brasil afora. O que nós, não-médicos, vemos, no máximo, é o filme institucional com belas imagens e uma baladinha legal. As tais comissões é arma poderosa, mas não a única. Eventos de medicina se transformam em ringue para ações promocionais, de patrocínio e lobby.

Quem foi ao último Congresso Internacional de Otorrinolaringologia, realizado em São Paulo, este ano, além de voltar cheio de brindes, viu até laboratório apelando para guerrilha - o que é sempre uma ótima ideia, na minha opinião. O GSK aproveitou um chafariz "sub-utilizado", no prédio do evento, para fazer a instalação abaixo e chamar a atenção de todos para sua marca de spray nasal, Avamys.
 
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