Eu não tenho muitos ídolos. Admiro, simplesmente, o trabalho de alguns cineastas, músicos, atores e empresários. Admiro o jeito de ser e pensar de algumas pessoas que conheço ou conheci ao longo da vida. É admiração, não FANatismo. Nunca fui de idolatrar ninguém ou defender passionalmente uma ideia ou marca. Confesso, porém, que as Havaianas têm feito muitos e bem-sucedidos esforços para me conquistar.
Não falo dos seus filmes, que nos divertem com inteligência e leveza há alguns anos... Indiscutivelmente um sucesso que daqui a décadas entrará para o rol de clássicos da nossa propaganda. É publicidade da melhor qualidade. E os anúncios de página dupla nas revistas por aí? Visualmente cativantes, com uma direção de arte impecável que valoriza o produto ao extremo, provoca nossos sentidos e atiça os colecionadores de plantão a juntá-los como se fossem obras de arte.
Agora, o que de fato me balançou: a marca acaba de lançar um álbum de figurinhas (antenados, não?) encartado em algumas revistas da Editora Abril (eu recebi pela Superinteressante). Em vez de fotos dos jogadores da Copa, os cromos trazem todos os modelos de sandálias da nova coleção "Havaianas Teams" (aquelas que aparecem no comercial com Daniel de Oliveira e Vanessa Giácomo - outro ótimo filme!). Uma bela sacada para apresentar a coleção e tentar-nos a comprar todos os modelos! Interatividade, design, pertinência, timing... enfim, a ação é muito boa! A proposta é simplesmente apresentar a linha. O segredo está em como fazê-lo. Golaço das Alpargatas. Você não gasta para completar o álbum - os cromos serão distribuídos com o jornal Destak (gratuito) em oito datas de maio e junho. Se você não conseguir completá-lo, pode obter as figurinhas restantes de graça, tudo explicado na última página do livro ilustrado -, mas provavelmente gastará com sandálias de borracha o que nunca imaginou gastar.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Encontros e desencontros com a língua portuguesa
Este é um dos erros mais comuns da nossa língua: muita gente, mas muita gente mesmo, usa a expressão "de encontro a", que exprime discordância, quando quer expressar concordância. Neste caso, o certo seria usar "ao encontro de". Em resumo: "Vou de encontro a..." = "Sou contrário a / Discordo de"; "Vou ao encontro de..." = "Concordo com / Sou favorável a...".
Porém, tudo se agrava quando o deslize ("deslize" é para pegar leve) aparece em um dos canais jornalísticos mais acessados da internet: o portal Globo.com. No texto, o lateral do Vasco, Elder Granja, "concorda" com Gaúcho, até anteontem técnico do time - veja no subtítulo. No texto, entretanto, o jornalista escreve que o jogador "foi de encontro às palavras do treinador".
Não é difícil: quando se vai "de encontro", pressupõe-se um choque (divergência de sentidos) - imaginem que uma pessoa está correndo para a direira e outra para a esquerda. Uma vai de encontro à outra e SE CHOCAM. Quando se vai "ao encontro", deve-se imaginar que uma pessoa está correndo para a direita e a outra, também correndo neste sentido, consegue alcançá-la, e as duas passam a correr lado a lado.
Pior do que este erro, só há um - o mais popular de todos! O terrível "VIM", quando o certo é dizer "VIR". "Você vai vim amanhã?", "Sim, eu vou vim." Peraí cara-pálida! Afinal, você vai vir ou já veio? Porque VIM é passado simples do verbo "Vir" na 1ª pessoa do singular.
Que VENHAM melhores dias para nosso belo, porém esculachado, idioma!
quinta-feira, 13 de maio de 2010
De repente... É Copa do Mundo de novo!
Há quatro anos, eu e meus amigos fizemos esse videozinho para um trabalho da faculdade. O cliente: a Fifa; o produto: a Copa de 2006... Time flies! (Mas o Malta continua com a mesma cara...)
terça-feira, 4 de maio de 2010
Bolão Pepê da Copa do Mundo: é hora de chutar!
Está na hora de esquentar as vuvuzelas, meus amigos! A Copa do Mundo começa no dia 11 de junho, ao meio-dia, com o clááássico México e África do Sul! Deboches à parte, confesso estar animado - não necessariamente com nossa seleção, mas com a competição em si. Tem tudo para ser uma bela festa, com belos jogos e um show de imagens, inclusive em 3D! Que venha a Copa 2010! Estamos com sede de bola.
Enquanto aquecemos os corações para o próximo mês, é hora de dar palpites. Em breve, vou convidá-los para o Bolão da Copa do Mundo! E ao longo da competição, postarei aqui os resultados do campo e da torcida. Boa sorte!
Enquanto aquecemos os corações para o próximo mês, é hora de dar palpites. Em breve, vou convidá-los para o Bolão da Copa do Mundo! E ao longo da competição, postarei aqui os resultados do campo e da torcida. Boa sorte!
sábado, 1 de maio de 2010
Which doll is the bad doll?
Assisti ao vídeo abaixo esta semana e já adianto que não é nada legal. A situação me parece real, e mesmo que não fosse, não é preciso um vídeo para me fazer acreditar que o fato existe. É absolutamente inegável a influência da chamada indústria cultural, aquela mesmo de Adorno e Horkheimer, sobre a construção de valores e visão de mundo de nossa sociedade. Produtos culturais se amontoam em nossos repertórios de referências desde que (não) nos entendemos como gente, e formam perigosos estereótipos, a partir do momento que constroem modelos de beleza, bondade e heroísmo.
Acho que nossos produtores de cultura devem parar um pouco e refletir. A comunicação que deturpa também educa. É só saber usá-la. Sei: não é fácil fugir das referências que consumimos muito antes de um dia virarmos produtores. Quando chegamos lá, trazemo-nas conosco e as reproduzimos. Propor um novo rumo, experimentar novas associações pode ser comercialmente arriscado, é ou não é? Afinal, só gostamos daquilo que vem ao encontro de nossos valores e percepções, que por sua vez já estão viciados. Aí é mais fácil e seguro repetir fórmulas e fazer mais do mesmo... "O padrão facilita o entendimento da massa!", diriam. Ok, mas também acaba por criar coisas deste tipo:
Acho que nossos produtores de cultura devem parar um pouco e refletir. A comunicação que deturpa também educa. É só saber usá-la. Sei: não é fácil fugir das referências que consumimos muito antes de um dia virarmos produtores. Quando chegamos lá, trazemo-nas conosco e as reproduzimos. Propor um novo rumo, experimentar novas associações pode ser comercialmente arriscado, é ou não é? Afinal, só gostamos daquilo que vem ao encontro de nossos valores e percepções, que por sua vez já estão viciados. Aí é mais fácil e seguro repetir fórmulas e fazer mais do mesmo... "O padrão facilita o entendimento da massa!", diriam. Ok, mas também acaba por criar coisas deste tipo:
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