quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008-2009: Pedidos para o Ano Novo

Em 2009, desejo muita criatividade, bom humor e os melhores conceitos. Neste que é o último post de 2008, deixo 5 filmes engraçados, tudo para começarmos o novo ano mais leves. Afinal, descontração é fundamental para que as boas ideias* aflorem (*idéia "modelo 2009": sem o acento agudo, segundo as novas regras da língua portuguesa).
5! Companhia Athletica  
4! AccuServ (belo conceito!)
3! MasterCard
2! Ameriquest
1! BC Lions
Feliz 2009!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Guerrilha: Wonderbra

Marca de sutiã (site) cria sua própria faixa amarela de segurança numa estação de metrô. No caso, a linha da Wonderbra é um pouco mais recuada do que a faixa convencional. Já deu para entender o por quê, não? Santo sutiã!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Os Vintões: Flavinha Ramos

Flávia Ramos Pinto tem 23 anos, estuda Medicina na UERJ, viveu alguns anos na Inglaterra quando criança mas há muitos mora no Rio. Gosta de comédias românticas, porém não dispensa um bom filme de terror. Conheçamos um pouco mais desta vintona.  
(Pepê.) Um filme_ (Flávia) Amor Além da Vida Um comercial de TV ou outro trabalho publicitário que você tenha adorado_ O do filtro solar, "Use filtro solar"*. Um personagem_ Bridget Jones. Música ou Grupo Musical_ "If You're Not the One", Daniel Bedingfield. Te lembra..._ Não me lembra ninguém nem um momento específico, me faz pensar na sensação de plenitude que o amor traz. O lugar mais importante do corpo oposto_ Olhos e boca. Uma coisa irritante_ Barulhos repetitivos! Uma mania_ Morder os lábios. Um lugar para conhecer_ Fernando de Noronha! Entre muitos outros... Uma marca para os amigos_ Dior. Para os amigos ricos, né?_ (risos) Eu pensei nisso também. Mas não estava vindo nenhuma outra na cabeça. All Star. Você foi da patricinha à alternativa. É bastante eclética_ Isso é fato. É uma característica que valorizo em mim. E uma marca para os inimigos_ Garnier. O que falta para o Brasil tomar jeito?_ Educação para que o povo tome conhecimento dos seus direitos podendo reivindicá-los, e tenha esclarecimento suficiente para cumprir seus deveres como cidadãos. Liberar as drogas?_ Sim, desde que hajam leis que regulamentem o uso e condições, como a educação do povo, para que elas sejam cumpridas. E o aborto?_ A prática do aborto já ocorre entre as mulheres de classe média e alta em clínicas ilegais. A legalização do aborto poderia permitir o acesso para mulheres que não têm condições de pagar essas clínicas e que praticam o aborto através de métodos nada seguros. Nesse sentido, eu seria a favor uma vez que a sua não legalização não impede a sua prática. Mas, moralmente falando, não sou a favor do aborto. Pena de morte?_ Sim. Com quantos anos você vai morrer?_ Com idade suficiente para ter vivido uma vida completa. Eu diria que com uns 80 anos. O que não dá para entender nos homens?_ Alguma coisa dá? Você acha que o voto deve ser facultativo ou obrigatório?_ Obrigatório. Preferia nascer na época dos seus pais?_ Em alguns aspectos sim, em outros não. Mas se fosse para nascer em outra época, iria mais para trás, para a época dos meus avós. Tem medo de morrer?_ Menos do que tenho da morte daqueles que amo. Prefere ser enterrada ou cremada?_ Penso bastante sobre isso mas ainda não cheguei a uma conclusão. Uma estação do ano_ Com toda certeza, o inverno! Do que você mais gosta no Brasil?_ Acho que a única coisa que é unânime: as belezas naturais. O que gostaria de saber fazer?_ Diagnosticar como o House! Ah, um personagem: House. Como fui pensar primeiro na Bridget Jones!? (risos) Você bebe café?_ Sim, com adoçante.
*"Wear Sunscreen": o "comercial" preferido da Flavinha, na realidade, não é bem o que podemos chamar de anúncio publicitário. Ficou famoso no Brasil depois que Pedro Bial fez sua tradução e locução. Nós conhecemos o filme, com a narração sobre imagens bonitas e um remix da música "Everybody's Free". O texto original seria de Mary Schmich, e teria sido publicado em uma coluna do Chicago Tribune em 1997. Dois anos depois, Baz Luhrmann, famoso diretor de cinema australiano (de Moulin Rouge e Austrália), tomou-o emprestado, adicionou "Ladies and gentlemen of the class of 99" no início e usou-o como discurso em uma cerimônia de formatura. Depois, finalmente, veio o filme que a gente conhece. Não sei ao certo quem o criou. Porém, existe uma versão assinada pela agência de publicidade DM9DDB, uma das maiores do mundo, o que nos leva a crer que os criativos da DM9 se apropriaram da apropriação de Luhrmann para promover a agência, criando uma peça publicitária. Posto aqui o vídeo da DM9 com o discurso de Luhrmann que Bial gostou e traduziu para o português. Mas não se esqueçam que a dona da mensagem é a Mary. =p
Os Vintões: um papo "psicográfico" com a nova geração brasileira.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Fotografia: Perspectivas 1

Já imaginaram que nós podemos estar constantemente em situações parecidas, sem que percebamos? Tudo se resume em encontrar o ângulo certo.
Imagens enviadas por minha querida amiga e noiva do ano (2009), Fatima!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Jukebox: Elephant Gun

Beirut é o nome desta banda americana com 2 anos de estrada e dois álbuns lançados. Zach Condon (é esse mesmo o sobrenome do bandleader) é de Santa Fe, Novo México. Ele e seus parceiros fazem um som inspirado no que se ouve na região dos Balcãs, no Leste Europeu, que Zach visitou aos 16 anos.
Na realidade, Elephant Gun é a única música que conheço da banda, e não faz muito tempo que ela me apareceu. Gosto da música, guarda um encanto muito particular, passa uma idéia de celebração. O som do trompete talvez contribua para isto. O próprio clipe cumpre bem a tarefa de pôr em cena o que a música transmite: o êxtase, uma felicidade genuína, sei lá, é algo que se sente.
A canção está no novo trabalho de Luiz Fernando Carvalho, a microssérie Capitu, embalando a história de amor e ciúmes entre Capitu e Bentinho. O som do Beirut causou um frenesi em fóruns do Orkut, em blogs e no YouTube, assim que apareceu na história, diga-se de passagem, em uma das cenas mais bonitas que eu já vi na TV (assista abaixo). Todos queriam saber: "que música era aquela da cena do giz?" E que sequência tinha sido aquela? Apenas uma das dezenas de pérolas que Luiz Fernando e sua equipe (de cena e bastidores) produziram para o deleite do telespectador que acompanhou durante cinco dias a microssérie.
O talento de Michel Melamed (Bentinho adulto) eu já conhecia, mas quem mais me chamou a atenção foi o ator que interpreta José Dias: Antonio Karnewale, o cara deu um show na pele do "agregado", cúmplice de Bentinho. Outro que para mim encarnou perfeitamente o personagem, com toda a força que ele exigia, foi Pierre Baitelli, o Escobar. Todo o elenco estava afinadíssimo, o trabalho ficou sensacional e algumas cenas são simplesmente fodas: a do muro com Capitu e Bentinho ainda crianças, no 1º capítulo; a do enterro de Escobar e a da morte de José Dias no último capítulo; a do passeio dos casais pela praia do Flamengo; Bentinho falando no celular e o baile com os fones de ouvido também merecem registro.
 
Capitu foi um belo presente de Natal. Dom Machado ficaria orgulhoso.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Brand Experience: Komatsu

Em outubro deste ano, Londres sediou o espetáculo Transports Exceptionnels, com Philippe Priasso, bailarino da companhia francesa Compagnie Beau Geste, e Komatsu, uma japonesa amarela, como de costume, de 13 toneladas. Isso mesmo: 13 toneladas! Seria estranho se não se tratasse de uma escavadeira. Um modelo PW140 da fabricante oriental de máquinas para construção dançou com Priasso em um parque público de Londres, chamando a atenção de quem passava, principalmente de crianças acompanhadas dos pais, em uma excepcional (como diz o nome do espetáculo) demonstração do produto. Antes de ser arte, o que se tem aqui é um belo caso de branding.
Como escreveu Will Collin na Meio & Mensagem de 3 de novembro:
"Ballet é o meio perfeito de expressar a suave e equilibrada operação do mecanismo da PW140. E talvez haja pouquíssimas maneiras de melhor demonstrar a precisão do braço e dos controles, do que com uma carga humana, onde qualquer milímetro fora da precisão total pode trazer risco de um ferimento catastrófico. Tendo ainda ao fundo a voz de Maria Callas com seu efeito enregelante, a destreza de movimento da PW140 parecia transcender a mera engenharia para assumir qualidades humanas que iam da ternura à agressão." Colin é sócio-fundador da Naked Communications, empresa referência em Marketing de Experiência.
A ação rendeu uma crítica bastante elogiosa na principal publicação do setor de construção do Reino Unido, a revista Building, cujas páginas geralmente veiculam anúncios tradicionais descrevendo as especificações técnicas de escavadeiras em um blá-blá-blá sem fim. Dessa forma, a Komatsu se sobressai das demais. Ponto para a inovação.

Claquete: Aberta a temporada de prêmios

Atenção cinéfilos do meu Brasil, está chegando a melhor época do ano. Em dezembro começam os rumores: saem as listas das associações de críticos de cinema dos EUA e são anunciados os indicados para o Globo de Ouro. Em janeiro, os globos são entregues, enquanto os sindicatos (de atores, roteiristas e diretores) anunciam seus preferidos. As especulações aumentam. Apostas. As grandes promessas começam a pipocar nas telas do Brasil, os oscarizáveis vão chegando a cada nova sexta-feira. Finalmente, ainda em janeiro, a Academia divulga a sua lista. Os Top 5 são conhecidos: saem os indicados ao Oscar. Em fevereiro, o último sindicato anuncia seus premiados e, dias depois, o Oscar é entregue.
 
Sim, eu sei, existem adoradores e adoradores. Os muitos que não se importam com os prêmios americanos, pouco se lixam para o que vem por aí. Vá lá, gosto não se discute e devemos respeitar. Mas para quem, como eu, simples mortal que gosta de acompanhar o que rola no mundo do cinema e pega a sua sessãozinha sábado à noite, estes três meses (dezembro, janeiro e fevereiro) são empolgantes. Ah sim, março ainda nos reserva uma saideira: afinal, sempre fica faltando assistir a um ou outro filme, e é quando geralmente os estrangeiros indicados estréiam por aqui.
Hoje, as primeiras listas foram anunciadas. Nesta 5a feira, dia 11, a HFPA (responsável pelo Globo de Ouro) revela a sua.
Li um tempo atrás que teríamos um Oscar mais pop em 2009. Os estúdios estão fazendo forte campanha para que os filmes de grande sucesso comercial apareçam entre os indicados aos maiores prêmios americanos. Quando falo em sucessos de bilheteria, estou falando em "pipocões" mesmo, como Batman - O Cavaleiro das Trevas e Homem de Ferro, por exemplo. A "popularização" do Oscar visa a reverter um quadro crítico de diminuição da audiência do evento nos últimos anos. Sinceramente, creio que esta não seja a saída para a questão da baixa audiência. Se houver melhora, não deverá ser significativa. Quem me conhece sabe que eu não concordo com esta medida. Não que eu seja contra o cinema-entretenimento, pelo contrário, ele é importante para a sobrevivência financeira de alguns estúdios, o problema é que eles não costumam ser tão ricos em roteiro como são em efeitos visuais.
Além do mais, o Oscar está longe de ser prêmio para filmes-cabeça. Quando tem a oportunidade, a Academia acaba sempre optando pelo mais pipoca: por exemplo, em 2007, Os Infiltrados venceu Pequena Miss Sunshine, que tinha arrebatado a maioria dos sindicatos até então.
Ok, mas vamos deixar esta discussão de "Oscar Pop" para outro post. Eu só queria aqui deixar alguns nomes que, me parecem, vão longe.
:: Milk
:: Happy-go-lucky
:: O Curioso Caso de Benjamin Button
:: Frost/Nixon
:: Wall-E
:: Doubt
:: Slumdog Millionaire
Para a lista da HFPA que será anunciada nesta 5a feira, dia 11, eu aposto em 3 filmes na categoria "Melhor Filme - Comédia e/ou Musical": Queime depois de ler, Eu, meu irmão e nossa namorada e Vicky Cristina Barcelona.
É aguardar e conferir.
Sean Penn aparece como forte candidato aos prêmios de Melhor Ator por sua atuação em Milk

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Observatório: Música para enfrentar a crise.

As montadoras de automóveis do mundo inteiro andam preocupadas com a crise financeira global. Ford e GM já pediram arrego ao governo americano; no Brasil, deram férias coletivas para mais de 15 mil empregados. A alemã Volkswagen fez o mesmo: mandou para a casa, por tempo indeterminado, mais de 18 mil funcionários das fábricas do Paraná, Rio e ABC paulista. No entanto, nenhum pepino é capaz de fazê-las parar de "cantar". O que mais se vê em anúncio de carro, ou melhor, o que mais se ouve, é música. E devo dizer que os planejadores, criativos e produtores andaram caprichando para os últimos filmes da Ford, GM e Volks. No mundo da publicidade, pelo visto, tudo continua azul. E isto não é uma crítica. Se fosse cética, não seria publicidade.
Abaixo, as três músicas que já fazem parte do horário nobre da nossa TV. Os comerciais são para o Focus (Ford), o Captiva (Chevrolet/GM) e o Fox (VW). E aí, qual é a sua favorita? 
Só um detalhe: duas delas foram feitas para os respectivos comerciais. É curioso observar, nos blogs sobre propaganda e nas listas de comentários dos vídeos no YouTube, muita gente perguntando o nome da música, sem imaginar que se trata de um jingle. Eu mesmo só fui descobrir fazendo a pesquisa para este post. Por isso, lamento informar, mas elas não tocarão nas rádios e não estão em nenhum CD (com exceção, é claro, de Happy Together).
Happy Together
Ford Focus
Agência: JWT
Título: "Fábrica"
Direção de Criação: Mario D'Andrea, Roberto Fernandez e Fabio Brandão
"If I get to ride away..."
Chevrolet Captiva
Agência: McCann Erickson
Título: "Tempo"
Direção de Criação: Adriana Cury, Eric Sulzer, Paulo Sanna e Fernando Penteado
Música feita para o comercial pela produtora de som Panela. Autores: Filipe Trielli, Daniel Galli e Diego Guimarães. (Existe uma versão de 1 minuto deste filme no site da produtora: www.panelaprodutora.com.br)
"High up in the sky..."
VW Fox
Agência: AlmapBBDO
Título: "Do alto"
Direção de Criação: Marcello Serpa, Dulcídio Caldeira e Luiz Sanches.
Música feita para o comercial pelo produtor e músico Hilton Raw.

domingo, 30 de novembro de 2008

Marketing: Outback

No final de outubro, assisti a uma palestra com Salim Maroun, na ESPM, durante o evento Brand Impact 2008. Salim tem 56 anos, nasceu no Líbano mas vive no Brasil desde 1988, mora na Barra da Tijuca e é presidente do Outback no país.
Diante de um auditório lotado, o carismático libanês, de baixa estatura e forte sotaque, mostrou porque a rede de steakhouses que dirige é um sucesso. Salim é apaixonado pelo que faz. Isto ficou claro na conversa que levou com o público de jovens estudantes, em sua maioria. Durante mais de uma hora, Salim falou de qualidade total, ou seja, não basta que a comida seja excelente, o serviço e o ambiente devem ser impecáveis.
Embora fosse um evento destinado a falar de marketing e estratégias de gestão de marcas bem-sucedidas, Salim focou seu discurso no operacional, que é a sua área, a sua escola. Antes de trazer o Outback para o Brasil, em 1997, ele foi franqueado de várias lojas do McDonald's. Seu negócio é a prática, é viver o dia-a-dia da casa. Sua formação não foi em administração ou engenharia, ele entende é de pessoas - formou-se em psicologia na França - e, talvez, por isso, goste de estar o mais próximo possível do cliente.
Todas as suas palavras, no entanto, valem para qualquer publicitário ou marqueteiro. De nada adiantam 30 segundos no horário nobre se a experiência com a marca não deixar a melhor impressão no cliente.
Eis alguns dados e princípios de que tomei nota. Acho interessante compartilhar com vocês.
:: Salim reforça a idéia do "like new": a fachada de todas as lojas são lavadas constantemente. Para ele, a fachada é a marca do Outback e precisa estar sempre com cara de nova. A principal delas é a do Plaza Shopping, em Botafogo. Por ali, passam 155 mil carros por dia, segundo o CEO.
:: Aquele é também o Outback que mais vende no mundo, seguido pelo do Shopping Eldorado, em São Paulo, e do New York City Center, no Rio. Como se vê, as três lojas da rede que mais vendem no mundo estão no Brasil.
:: Sucesso para ele está no volume de vendas. Quanto maior ele for, mais bem-sucedida é a empresa.
:: "As marcas são feitas por líderes. Liderança é generosidade. O líder se mede pelo número de líderes que ele cria para trabalhar, com ele, pela marca."
:: Sobre a concorrência, 3 coisas: "Respeitar, observar e dificultar".
:: Quando perguntado sobre a abertura de lojas em bairros das zonas oeste e norte do Rio, Salim afirmou que o objetivo da empresa é atender também as classes B e C.
:: Para abrir um Outback gasta-se em torno de R$ 5 milhões.
:: O tíquete-médio (o quanto, em média, um cliente gasta no restaurante) é de R$ 30.
:: "Ensine pelo exemplo"
Em alguns momentos da palestra, Salim recorreu a uma expressão para resumir o que é qualidade: "Uau". Era assim que ele pontuava seu discurso e exemplos. Pois é, tanto trabalho para isto, três letras que, quando arrancadas da boca do cliente, podem significar o sucesso: "Uau".

Claquete: Vicky Cristina Barcelona

O último filme de Woody Allen, aquele com nome original e às vezes complicado - alguns trocam a ordem das palavras na hora de falar -, é para mim o melhor desde Melinda e Melinda (2004), na filmografia de Allen. Acho até melhor que Match Point (2005), seu maior sucesso nos últimos anos. Este é também um bom filme, também conta com a bela Scarlett Johansson e um roteiro bem interessante - mas, curioso, quando assisti pela 2a vez, há algumas semanas, na faculdade, achei menos do que tinha achado da primeira vez. Isto acontece. Pode acontecer com Vicky Cristina também, não sei.
Por ora, gostei muito. Não vou dizer aqui que se trata de um filme inteligente, pois dizer isto de um trabalho de Allen é chover no molhado. Se é para afirmar algo que seja, de fato, exclusivo, então digo que é um filme romântico. Mas saibam: é um romance no melhor estilo Woody Allen, o que quer dizer uma comédia dramática romântica. Entendo assim: Woody busca fazer de cada filme um ensaio qualquer sobre determinado tema. Se em Match Point o tema é sorte, em Vicky Cristina Barcelona, o roteirista usa o amor para falar de "insatisfação emotiva". Para isso, nada melhor do que um elenco caliente e uma cidade apaixonante. Se Barcelona é o cenário ideal, Penélope Cruz é a atriz perfeita. Maria Elena, sua personagem, é simplesmente maravilhosa, e Penélope justifica a indicação ao Oscar que recebeu por Volver - ela está demais. 
O triângulo formado por ela, o personagem de Javier Barden (Juan, ou seria "Don Juan", pois ele é o perfeito 'amante latino') e Cristina, personagem de Johansson, é o que tem de melhor na história. Quando juntos, a coisa funciona; sem Cristina, vai tudo por água abaixo. Nem Vicky (Rebecca Hall), aparentemente convicta de seus sentimentos, resiste ao charmoso Juan. E a história que Allen lhe reserva não é menos interessante. No fim, as americanas Vicky e Cristina, que chegaram em Barcelona para uma temporada de férias, saem de lá marcadas pelo sol mediterrâneo - muito mais por dentro do que por fora.
Agora é esperar para ver até onde vai Vicky Cristina Barcelona. Match Point conseguiu uma indicação de Melhor Roteiro Original no Oscar e de Melhor Filme no Globo de Ouro. Será que Vicky Cristina repete o feito, será que vai mais longe, será que nem vai? Dia 11 de dezembro é aberta a temporada de premiações, quando a HFPA anuncia os indicados ao Globo de Ouro. Veremos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Jukebox: Tears dry on their own

A inglesa Amy Winehouse tem apenas 25 anos. Judia, cresceu no subúrbio de Londres presenciando os abusos do pai - adúltero - perante sua mãe. Teve uma banda de rap aos 10 anos mas que não durou muito. Logo, ela também trocaria o rap pelo jazz, o soul e o R&B. Aos 16 já cantava profissionalmente, mas foi aos 20, em 2003, que lançou seu primeiro álbum: Frank.
O sucesso definitivo veio em 2006 com seu segundo trabalho: Back to Black. O álbum mais vendido em 2007, em todo o mundo, lhe rendeu 5 Grammys. Nele, estão duas músicas que, particularmente, gosto muito: "Tears dry on their own" e "Valerie".
Amy é muito talentosa e tem uma voz incrível. E - veja que descoberta -, apesar de ser fanzaço de Marvin Gaye, não fui capaz de reconhecer a melodia por trás de "Tears dry...". Trata-se da clássica canção de 1967, "Ain't no mountain high enough". Mesmo quem não curte muito o som da turma da Motown Records, posso apostar que já ouviu esta música. Pois é, Amy tomou "emprestada" a base melódica de "Ain't no mountain...", composta por Ashford e Simpson, e sobre ela lançou a letra de "Tears dry...". Quando se tem uma presença vocal tão intensa como a dela, a melodia corre em segundo plano. Na maioria das vezes, acontece o contrário, a melodia sustenta a música, quando a letra e a voz do artista são "normais". Talvez tenha sido por isso que não reparei na famosa batida.
Como se sabe, para o bem e para o mal, Amy Winehouse não é "normal". É fora de série.
Abaixo, o clip de "Ain't no mountain high enough", com Marvin Gaye (que merece várias Jukeboxes) e Tammi Terrell... Good times! 

sábado, 8 de novembro de 2008

Guerrilha: Axe

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Claquete: Nomes e nomes 1

Sabe aquela história: o que te faz assistir determinado filme?, o trailer?, a crítica?, o elenco?, o gênero?, o boca-a-boca?... Para a maioria talvez seja "sei lá, escolho a sessão que estiver mais próxima de começar". Eu já respondi esta pergunta algumas vezes, em todas elas, eu menti. Mas não menti de propósito! Dei uma resposta acreditando estar dizendo a verdade, achando que me conhecia tão bem a ponto de saber assim, tranqüilamente, o que determina minhas escolhas. Nunca sabemos tão bem porque preferimos A a B. Pois só há algumas semanas eu descobri o que, de fato, me faz escolher determinado filme.
Esta descoberta, na realidade, me veio como uma revelação óbvia, do tipo "agora tudo faz sentido! como não pensei nisto antes?", sabe? Vocês poderão achar tosco mas, por favor, peguem leve, eu faço publicidade... e publicitário tem dessas coisas.
Eu "compro" um filme pelo seu título! Em primeiro lugar. E pelo seu cartaz! Em segundo. Pronto, falei. Era óbvio: a redação e a direção de arte, respectivamente. É lógico que a crítica e o boca-a-boca contam (o trailer muito pouco). Mas o que me fisga de verdade é o nome.
Falando nisso, trago dois exemplos de estréias deste mês, um entra em cartaz esta sexta, dia 7; o outro sexta que vem, 14. O primeiro trata-se do pior título que eu já vi na minha vida (exagerando um pouco, mas em se tratando de 007, eu posso exagerar). É isso aí, o novo James Bond se chama "Quantum of Solace". Em inglês já é indigesto. Mas tudo bem, problema deles, quando vier para cá arrumam um nome melhor. Não. E sabe por quê? Porque eles não encontraram nada que se aproximasse. Seria algo como "Quantidade de Conforto". Então, decidiram manter o nome original. Mas tudo bem, falar inglês é com a gente mesmo.
Na outra extremidade, está o novo filme de Woody Allen, que chega aos cinemas dia 14: "Vicky Cristina Barcelona". Uau. Foi amor à primeira ouvida. Depois eu vi o cartaz: uma bela foto cujo enquadramento "despretensioso" revela um trio pra lá de talentoso: Javier Bardem, Penélope Cruz e Scarlett Johansson. Não sei se o filme é bom, mas o nome, sem dúvida, é ótimo.
3 coisas sobre o filme: a primeira não é novidade para ninguém. Woody Allen, definitivamente, adotou Scarlett Johansson - primeiro em Ponto Final, depois em Scoop, e agora como a Cristina, do título. A segunda é que Allen está sendo acusado de plágio por um escritor que afirma ter escrito um romance cuja trama se assemelha muito com a do roteiro do longa, e está disposto a desmascará-lo. A terceira e última é que, dizem aqueles que já assistiram, que este é um filme diferente dos que os fãs de Woody Allen estão acostumados a ver. Além disso, tem uma bela fotografia, o que dá uma certa leveza à obra - em outras palavras, é menos Manhattan (cidade adorada pelo diretor e onde se passa a maioria de seus filmes) e mais Barcelona.
Volto a falar sobre nomes daqui a alguns posts. Beijos.
Elenco com o diretor e roteirista de Vicky Cristina Barcelona: Woody Allen.
 
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