Seis anos atrás a Unidos da Tijuca, cujo carnavalesco era um tal de Paulo Barros, levou para a Marquês de Sapucaí um carro alegórico que derrubou meu queixo e o de todos que assistiram ao desfile: a alegoria representava o código genético e era feita com pessoas de carne e osso que repetiam determinado movimento coreografado. Lindo. Absolutamente diferente de tudo a que estávamos acostumados a ver. Naquele ano, apesar de ter feito diferente, a Tijuca ficou com o vice-campeonato (o título foi para a Mangueira). O segundo lugar foi até valorizado, afinal a escola do Borel, apesar de tradicional, nunca figurara entre as grandes. Ainda assim, houve muita gente que, com justiça, reclamou do resultado. Ela merecia o troféu.
.A criatividade e o talento para inovar de Paulo Barros reapareceu no ano seguinte e em todos os outros, na Tijuca e na Viradouro. Até que, em 2010, de volta à Unidos, o carnavalesco que sacudiu o carnaval do Rio foi, enfim, campeão. A justiça tarda mas não falha. Parabéns Paulo Barros, parabéns Unidos da Tijuca.
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2011 promete ser um grande ano: as escolas terão que quebrar a cabeça e embarcar na ousadia criativa de Barros se quiserem levar o caneco. Alguma dúvida de que este cara revolucionou o Carnaval carioca? Quem assistiu aos desfiles diz o mesmo, claro que não exatamente com estas palavras: "Dava vontade de ver a Tijuca passar, eu esperava as próximas alas e alegorias ansioso por mais uma ideia inusitada, por mais uma bela sacada que valesse ficar acordado no meio da madrugada. A mesmice é que foi tirar um cochilo enquanto a Unidos passou". Esta foi a percepção.
.Paulo Barros ganhou o Carnaval de 2010 já nos primeiros minutos de desfile. Depois daquela comissão de frente, o que dizer? Qualquer atravessada a partir dali seria perdoada. Palmas para os ritmistas mafiosos e para o carro do incêndio de Alexandria. O enredo era ótimo. Show Tijuca. Adorei!
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E para completar, meu Salgueiro ainda vai sair nas campeãs.
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