sábado, 21 de fevereiro de 2009

Claquete: Oscar e Carnaval

Antes de mais nada, desejo a todos vocês um ótimo Carnaval. Eu curto muito esta época do ano: a agitação dos blocos, os sambas inesquecíveis, as marchinhas, a irreverência dos foliões e o sol a pino para coroar a festa. Espero que o Salgueiro desencante dessa vez. O vice-campeonato em 2008 serviu para levantar a moral da escola, que andava baixa há alguns anos - embora a vermelho e branco da Tijuca sempre conseguisse sair no Desfile das Campeãs, ela nunca era cotada como favorita. Sempre era escalada para desfilar entre as primeiras escolas de domingo, o que é muito ruim. O lugar nobre é sempre o final dos desfiles, de preferência ser uma das três últimas a sair na segunda-feira. Palavra de quem acompanha os desfiles do Rio desde moleque, quando eu ficava em frente à TV torcendo para que meus pais aparecessem na avenida.
Agora vamos falar de Oscar. Amanhã, dia 22, tem festa também em Los Angeles. A fantasia é vestido longo para as moças e black-tie para os rapazes, que desfilarão pelo tapete vermelho até a entrada do grande teatro. Quem chega com toda a banca é o anglo-indiano "Quem Quer Ser um Milionário?", franco favorito ao prêmio de Melhor Filme, entre outros. Após arrebatar todos os 4 sindicatos (Actors, Directors, Producers e Writers), além do Globo de Ouro e do BAFTA, a confiança de Danny Boyle e do jovem elenco aumentou. Mas não pensem que será assim tão fácil. Existe uma pedra no meio do caminho, e ela se chama Benjamin Button.
Li há alguns meses, em matéria publicada pel'O Globo, que havia um movimento entre os estúdios e a Academia responsável pelo Oscar, de popularizar o evento. Os organizadores andavam preocupados com o baixo índice de audiência das últimas edições. A de 2008 teve o menor ibope da história. Muitos acreditam que o problema está nos filmes indicados, que, em sua maioria, não atraem o público, não lhe chamam a atenção, não lhe conquistam o coração e a mente. Evidentemente que estamos falando do grande público, da massa, da galera que vai ao cinema para se divertir ou se emocionar rasgadamente.
Daí começaram algumas especulações que me assustaram, como "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "Homem de Ferro", como supostos indicados a Melhor Filme (!). "Wall-E" também foi cogitado. No final das contas, saiu a lista e nenhuma grande surpresa apareceu. Vamos lá: temos uma super-mega-giga produção, como não pode faltar (Benjamin Button), dois filmes com tema doméstico - personagens da história americana (Frost/Nixon e Milk) e um drama-drama, que passeia pela 2ª Guerra Mundial e a questão nazista (O Leitor). Eu sei, falta um nesta relação. E é justamente o de maior apelo popular. "Milionário" preenche os requisitos que estúdios e Academia buscavam para fazer do Oscar deste ano um evento mais interessante ao grande público. E os preenche com louvor, pois não é apenas cativante, é também um bom filme no geral. Muito bom filme. Milionário tem pobreza,romance juvenil, ação, música, uma direção de cena dinâmica e muito bem realizada. No final, há ainda uma dança coletiva no melhor estilo "High School Musical"! Todo o elenco dança "Jai Ho", uma das canções indicadas ao Oscar. Enfim, creio que prevaleceu o bom-senso: o filme de Boyle é pop, e é muito bom.
Voltamos a nos falar depois da premiação. Apostas? Só arrisco duas: Heath Ledger como Coadjuvante e Wall-E como Melhor Animação. Mas creio que não teremos surpresas este ano.
A seguir, os trailers dos 5 indicados ao Oscar de Melhor Filme.
O Curioso Caso de Benjamin Button (13 indicações) Quem Quer Ser um Milionário? (10 indicações) Milk - A Voz da Igualdade (8 indicações) O Leitor (5 Indicações) Frost/Nixon (5 Indicações)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Oppinião: Brasil x Suíça

A suposta reviravolta no caso da brasileira atacada por três jovens suíços é interessante e nos vale uma reflexão sobre comportamento e cultura.
A versão de Paula Oliveira quase todo mundo já sabe. Ela saía de uma estação de trem e falava, em português, no telefone com a mãe, quando foi cercada e violentada por neonazistas. Eles teriam sido os autores dos cortes que apareceram no corpo da advogada. O gesto absurdo de violência ainda causou o aborto das gêmeas que ela esperava.
Dias depois, as autoridades suíças deram outra versão: a de que Paula não estava grávida no momento das agressões e que, ela mesma, teria se autoflagelado. Tudo isto afirmado por peritos com base em fotografias e exames legistas.
Seja lá qual for a versão em que você acredita, uma diferença intercultural veio à tona com esta história toda: por que os brasileiros - ou seriam os latinos, como um todo - são tão precipitados? 
A revolta que tomou conta da população e dos meios de comunicação parecia justificável: a moça contou uma história terrível, mostrou "provas" (os cortes) desta história terrível, e as autoridades suíças simplesmente agiram como se pouco se lixassem para o fato - e mais, elas foram capazes de pôr em dúvida a sinceridade da pobre moça! Ora, que absurdo! Cartas de leitores exigiam que o país estrangeiro se retratasse, que pedisse desculpas publicamente ao Brasil; que rompêssemos relações diplomáticas com a Suíça. Quem diria, logo a Suíça... 
A imprensa brasileira atiçava a fúria tupiniquim ao ressaltar que os jornais suíços não deram muita trela ao assunto, reservando um pequeno espaço no rodapé. Que absurdo, meu Deus! Ninguém olha para o terceiro mundo! A comoção chegou até o Planalto Central. Lula fez declarações duras, afinal, ele é o homem, o comandante, tem que mostrar serviço!
Até que... na última sexta-feira, dia 13, com base em exames aprofundados feitos por instituições conceituadas como a Universidade de Zurique, chegou-se à conclusão de que Paula não estava grávida e que, provavelmente, ela teria se autoflagelado.
O que faz Lula e Celso Amorim, então? Abaixam o tom: "esperemos pelo fim das investigações". Não parece óbvio que esta seja a atitude mais sensata? Eles estão corretos. No entanto, por que não agimos assim antes? Por que preferimos a tempestade de declarações iradas e... precipitadas? Por que implicamos com a suposta negligência do europeu? E achamos logo que é pessoal, "porque somos terceiro mundo"... Não podemos confundir indiferença com cautela. Estamos habituados a dar a sentença antes da investigação, de colocarmos a emoção acima da razão - em alguns casos, vale; em outros, é extremamente equivocado fazê-lo.
Matéria do jornal suíço diz, apenas: "Brasileira é encontrada com cortes no corpo em estação de Dubendorf". Correto. Aqui, leitora d'O Globo exalta-se: "Para se cortar toda, só se ela fosse psicopata!". E se for exatamente isto? E se Paula Oliveira sofrer de algum tipo de distúrbio psicótico? Pode acontecer, não? A leitora, irada, parece achar a hipótese absurda. Vai ver ela acha que a psicose é coisa de cinema.
Em suma, se confirmada a versão dos suíços, nós brasileiros (leitores, imprensa e governo) teremos pago um belo mico. Que sirva de lição. Devemos aprender, de uma vez por todas, a questionar. São duas palavras: "Será mesmo?". Este é o comportamento correto. Não se trata de ser blasé, se trata de ser cauteloso. No mais, existe, sim, xenofobia na Europa e deve ser combatida, como qualquer outro tipo de discriminação.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Citroën de cara nova

A Fiat fez, a Chevrolet fez, e agora foi a vez da francesa Citroën fazer. A antiga logo, quadradadona, ganhou forma mais arredondada e moderna - a sombra nos vértices gera um efeito tridimensional bem interessante. A repaginada não foi apenas nas duas setas, mas também no nome. Tipologia e linhas novas para encarar a crise. Eu gostei.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Jukebox: In My Life

Gravada em 18 de outubro de 1965 e lançada no álbum Rubber Soul (abaixo), In My Life é, para mim, uma das melhores músicas dos garotos de Liverpool. E eu não estou sozinho nessa: no artigo intitulado "As 500 maiores músicas de todos os tempos", publicado pela revista Rolling Stone, a referida canção aparece em 23º lugar. Já a revista britânica Mojo, de pop music, deu ao hit dos Beatles o posto de número um: a melhor música de todos os tempos.
A composição é de John Lennon e Paul McCartney. A letra traz algumas reminiscências da infância de Lennon. A versão original, a propósito, foi escrita por ele durante uma viagem de ônibus em Liverpool; no entanto, o próprio beatle a achou ridícula no final das contas e decidiu reescrevê-la com a ajuda de Paul.
A música ganhou uma versão brasileira pelas mãos e pela voz de Rita Lee, chamada Minha Vida, e lançada no álbum "Aqui, ali, em qualquer lugar". Diga-se de passagem, um belíssimo trabalho. Sou fanzaço de Rita Lee e logo, logo ela tocará na nossa Juke. A música (a de Rita) foi trilha de um filme para (se não me engano; corrijam-me se for o caso) o VW Polo, há quase 6 anos.
Neste álbum, faixa 11: uma das melhores músicas do Fab Four.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A propaganda sem vergonha

Apesar do jeitão tosco assumido das peças a seguir, um aspecto, ao menos, merece ser destacado: elas divertem. A irreverência não passa despercebida e o outdoor salta da paisagem. 
Mensagem subliminar?
Quem consegue passar por este sem tentar adivinhar o significado das ilustrações?
Este redator deve ter bebido "1 jarra de vinho" (O.o) da pior qualidade antes de sentar para escrever: o certo é "Se seu namorado não a leva, vai com outro".
Coisas do nosso Brasil.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Marketing: O segredo da lombada

Todo mundo conhece estas promoções de jornal e revista. Você compra o exemplar, paga mais R$ 5 ou R$ 10 e leva um CD ou um livro, pertencente a uma coleção. O tema varia: literatura, música, pintura, etc. Em 2007, por exemplo, os jornais O Globo e Folha de S. Paulo lançaram, na mesma época, duas coleções de pintores célebres: "Gênios da Arte" e "Grandes Mestres da Pintura", respectivamente. Isto prova que promoções como estas fazem vender mais jornal. Do lado de cá, como consumidor, a gente pensa: "Legal. O produto é bem acabado e posso comprar apenas aqueles que me interessam, afinal, eles são vendidos separadamente". Certo? Mais ou menos. Do lado de lá, os jornais e, principalmente, os produtores da coleção, sabem que não adianta vender 100% de Van Gogh e nada, ou quase nada, de Dalí, por exemplo. Para tentar evitar a desproporção - uma minoria vende que nem água e uma maioria encalha nas bancas - é que entra em cena a lombada! Lá está a grande jogada dos marketers: os desenhos da lombada ou, se preferir, a lombada ilustrada. Quanto mais neurótico for o consumidor, mais ela funciona. Sabedores de que todos nós somos um pouco neurótico-obsessivos, os especialistas abusam deste recurso - e o sofisticam! Ao numerar as lombadas (é o caso da coleção "Grandes Mestres da Pintura", de 1 a 20), o produtor quer dizer para mim, consumidor, que "não, os livros não são independentes uns dos outros. Eles fazem parte de uma coisa só." Então, se eu compro um único CD (o único que me interessa) de uma coleção com 10 títulos, eu estou comprando um décimo do produto. O produto são os 10 CDs. Se dos 20 pintores, eu só gosto de Van Gogh (livro 1) e Goya (livro 5), eu posso comprar apenas estes dois. Mas eu, neurótico, fico irritado ao ver este buraco na prateleira. Como pode pular do 1 para o 5? Me falta o número 2, 3 e 4. O segredo está em nos fazer sentir que falta alguma coisa. E lá vou eu comprar Cézanne, Da Vinci e Monet, não porque eu gosto, mas só porque esta lacuna me irrita. De uns tempos para cá, a numeração já não é mais suficiente - desde o dia em que alguém parou para pensar e descobriu que, se eu só quero ter o livro 1 e o livro 5, de um total de 20 títulos, eu compro os 5 primeiros e paro por aí. Organizo-os em minha prateleira e está lá a coleção completa. Quem vai dizer que falta alguma coisa? É como se os outros 15 livros não existissem. Aí entra em cena a "maldita" ilustração - exatamente para matar esta ideia de "sub-coleções". O desenho, na realidade, é um só, mas vem dividido pelas lombadas de todos os números da coleção. Assim como um quebra-cabeça. Para se ter a visão completa da ilustração, é necessário adquirir todos os números e colocá-los lado a lado na prateleira. Nada é mais obsessivo do que isto, não acham? Vejam o caso abaixo, eu não completei a coleção dos livros-cds de música clássica, lançada pelO Globo: fui do 1 (Mozart) até o 7 (Bach). Resultado? Fiquei com a "minha orquestra" incompleta. Reparem que cada integrante com seu instrumento ocupa três lombadas!
Disso tudo, fica uma lição para os nossos marqueteiros e publicitários: saber alguma coisa de psicologia pode fazer toda a diferença. Se pensam que não funcionou comigo, estão redondamente enganados. Só eu sei como me parte o coração ver esta orquestra "interrompida". =p

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Na rede: As marcas em tempos de crise

A marolinha do Lula já cresceu há muito tempo. Todo mundo já percebeu isto, menos ele, que é sempre o último a saber. A coisa anda tão feia que algumas marcas terão que se adaptar aos novos tempos, a começar por suas logos. Eis as pioneiras!
A gozação circula na Internet (onde mais?), e algumas logos, de fato, ficaram ótimas. As melhores sacadas, para mim, são da Xerox, da Apple, da Ferrari e, principalmente, da 3M (2M). Há ainda a Badyear (Goodyear), a Crisisler (Chrysler), a Telepior (Telemar) e a Heinequem? (Heineken). 
Alguém se habilita a pensar em outras? =D
 
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