domingo, 30 de novembro de 2008

Marketing: Outback

No final de outubro, assisti a uma palestra com Salim Maroun, na ESPM, durante o evento Brand Impact 2008. Salim tem 56 anos, nasceu no Líbano mas vive no Brasil desde 1988, mora na Barra da Tijuca e é presidente do Outback no país.
Diante de um auditório lotado, o carismático libanês, de baixa estatura e forte sotaque, mostrou porque a rede de steakhouses que dirige é um sucesso. Salim é apaixonado pelo que faz. Isto ficou claro na conversa que levou com o público de jovens estudantes, em sua maioria. Durante mais de uma hora, Salim falou de qualidade total, ou seja, não basta que a comida seja excelente, o serviço e o ambiente devem ser impecáveis.
Embora fosse um evento destinado a falar de marketing e estratégias de gestão de marcas bem-sucedidas, Salim focou seu discurso no operacional, que é a sua área, a sua escola. Antes de trazer o Outback para o Brasil, em 1997, ele foi franqueado de várias lojas do McDonald's. Seu negócio é a prática, é viver o dia-a-dia da casa. Sua formação não foi em administração ou engenharia, ele entende é de pessoas - formou-se em psicologia na França - e, talvez, por isso, goste de estar o mais próximo possível do cliente.
Todas as suas palavras, no entanto, valem para qualquer publicitário ou marqueteiro. De nada adiantam 30 segundos no horário nobre se a experiência com a marca não deixar a melhor impressão no cliente.
Eis alguns dados e princípios de que tomei nota. Acho interessante compartilhar com vocês.
:: Salim reforça a idéia do "like new": a fachada de todas as lojas são lavadas constantemente. Para ele, a fachada é a marca do Outback e precisa estar sempre com cara de nova. A principal delas é a do Plaza Shopping, em Botafogo. Por ali, passam 155 mil carros por dia, segundo o CEO.
:: Aquele é também o Outback que mais vende no mundo, seguido pelo do Shopping Eldorado, em São Paulo, e do New York City Center, no Rio. Como se vê, as três lojas da rede que mais vendem no mundo estão no Brasil.
:: Sucesso para ele está no volume de vendas. Quanto maior ele for, mais bem-sucedida é a empresa.
:: "As marcas são feitas por líderes. Liderança é generosidade. O líder se mede pelo número de líderes que ele cria para trabalhar, com ele, pela marca."
:: Sobre a concorrência, 3 coisas: "Respeitar, observar e dificultar".
:: Quando perguntado sobre a abertura de lojas em bairros das zonas oeste e norte do Rio, Salim afirmou que o objetivo da empresa é atender também as classes B e C.
:: Para abrir um Outback gasta-se em torno de R$ 5 milhões.
:: O tíquete-médio (o quanto, em média, um cliente gasta no restaurante) é de R$ 30.
:: "Ensine pelo exemplo"
Em alguns momentos da palestra, Salim recorreu a uma expressão para resumir o que é qualidade: "Uau". Era assim que ele pontuava seu discurso e exemplos. Pois é, tanto trabalho para isto, três letras que, quando arrancadas da boca do cliente, podem significar o sucesso: "Uau".

Claquete: Vicky Cristina Barcelona

O último filme de Woody Allen, aquele com nome original e às vezes complicado - alguns trocam a ordem das palavras na hora de falar -, é para mim o melhor desde Melinda e Melinda (2004), na filmografia de Allen. Acho até melhor que Match Point (2005), seu maior sucesso nos últimos anos. Este é também um bom filme, também conta com a bela Scarlett Johansson e um roteiro bem interessante - mas, curioso, quando assisti pela 2a vez, há algumas semanas, na faculdade, achei menos do que tinha achado da primeira vez. Isto acontece. Pode acontecer com Vicky Cristina também, não sei.
Por ora, gostei muito. Não vou dizer aqui que se trata de um filme inteligente, pois dizer isto de um trabalho de Allen é chover no molhado. Se é para afirmar algo que seja, de fato, exclusivo, então digo que é um filme romântico. Mas saibam: é um romance no melhor estilo Woody Allen, o que quer dizer uma comédia dramática romântica. Entendo assim: Woody busca fazer de cada filme um ensaio qualquer sobre determinado tema. Se em Match Point o tema é sorte, em Vicky Cristina Barcelona, o roteirista usa o amor para falar de "insatisfação emotiva". Para isso, nada melhor do que um elenco caliente e uma cidade apaixonante. Se Barcelona é o cenário ideal, Penélope Cruz é a atriz perfeita. Maria Elena, sua personagem, é simplesmente maravilhosa, e Penélope justifica a indicação ao Oscar que recebeu por Volver - ela está demais. 
O triângulo formado por ela, o personagem de Javier Barden (Juan, ou seria "Don Juan", pois ele é o perfeito 'amante latino') e Cristina, personagem de Johansson, é o que tem de melhor na história. Quando juntos, a coisa funciona; sem Cristina, vai tudo por água abaixo. Nem Vicky (Rebecca Hall), aparentemente convicta de seus sentimentos, resiste ao charmoso Juan. E a história que Allen lhe reserva não é menos interessante. No fim, as americanas Vicky e Cristina, que chegaram em Barcelona para uma temporada de férias, saem de lá marcadas pelo sol mediterrâneo - muito mais por dentro do que por fora.
Agora é esperar para ver até onde vai Vicky Cristina Barcelona. Match Point conseguiu uma indicação de Melhor Roteiro Original no Oscar e de Melhor Filme no Globo de Ouro. Será que Vicky Cristina repete o feito, será que vai mais longe, será que nem vai? Dia 11 de dezembro é aberta a temporada de premiações, quando a HFPA anuncia os indicados ao Globo de Ouro. Veremos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Jukebox: Tears dry on their own

A inglesa Amy Winehouse tem apenas 25 anos. Judia, cresceu no subúrbio de Londres presenciando os abusos do pai - adúltero - perante sua mãe. Teve uma banda de rap aos 10 anos mas que não durou muito. Logo, ela também trocaria o rap pelo jazz, o soul e o R&B. Aos 16 já cantava profissionalmente, mas foi aos 20, em 2003, que lançou seu primeiro álbum: Frank.
O sucesso definitivo veio em 2006 com seu segundo trabalho: Back to Black. O álbum mais vendido em 2007, em todo o mundo, lhe rendeu 5 Grammys. Nele, estão duas músicas que, particularmente, gosto muito: "Tears dry on their own" e "Valerie".
Amy é muito talentosa e tem uma voz incrível. E - veja que descoberta -, apesar de ser fanzaço de Marvin Gaye, não fui capaz de reconhecer a melodia por trás de "Tears dry...". Trata-se da clássica canção de 1967, "Ain't no mountain high enough". Mesmo quem não curte muito o som da turma da Motown Records, posso apostar que já ouviu esta música. Pois é, Amy tomou "emprestada" a base melódica de "Ain't no mountain...", composta por Ashford e Simpson, e sobre ela lançou a letra de "Tears dry...". Quando se tem uma presença vocal tão intensa como a dela, a melodia corre em segundo plano. Na maioria das vezes, acontece o contrário, a melodia sustenta a música, quando a letra e a voz do artista são "normais". Talvez tenha sido por isso que não reparei na famosa batida.
Como se sabe, para o bem e para o mal, Amy Winehouse não é "normal". É fora de série.
Abaixo, o clip de "Ain't no mountain high enough", com Marvin Gaye (que merece várias Jukeboxes) e Tammi Terrell... Good times! 

sábado, 8 de novembro de 2008

Guerrilha: Axe

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Claquete: Nomes e nomes 1

Sabe aquela história: o que te faz assistir determinado filme?, o trailer?, a crítica?, o elenco?, o gênero?, o boca-a-boca?... Para a maioria talvez seja "sei lá, escolho a sessão que estiver mais próxima de começar". Eu já respondi esta pergunta algumas vezes, em todas elas, eu menti. Mas não menti de propósito! Dei uma resposta acreditando estar dizendo a verdade, achando que me conhecia tão bem a ponto de saber assim, tranqüilamente, o que determina minhas escolhas. Nunca sabemos tão bem porque preferimos A a B. Pois só há algumas semanas eu descobri o que, de fato, me faz escolher determinado filme.
Esta descoberta, na realidade, me veio como uma revelação óbvia, do tipo "agora tudo faz sentido! como não pensei nisto antes?", sabe? Vocês poderão achar tosco mas, por favor, peguem leve, eu faço publicidade... e publicitário tem dessas coisas.
Eu "compro" um filme pelo seu título! Em primeiro lugar. E pelo seu cartaz! Em segundo. Pronto, falei. Era óbvio: a redação e a direção de arte, respectivamente. É lógico que a crítica e o boca-a-boca contam (o trailer muito pouco). Mas o que me fisga de verdade é o nome.
Falando nisso, trago dois exemplos de estréias deste mês, um entra em cartaz esta sexta, dia 7; o outro sexta que vem, 14. O primeiro trata-se do pior título que eu já vi na minha vida (exagerando um pouco, mas em se tratando de 007, eu posso exagerar). É isso aí, o novo James Bond se chama "Quantum of Solace". Em inglês já é indigesto. Mas tudo bem, problema deles, quando vier para cá arrumam um nome melhor. Não. E sabe por quê? Porque eles não encontraram nada que se aproximasse. Seria algo como "Quantidade de Conforto". Então, decidiram manter o nome original. Mas tudo bem, falar inglês é com a gente mesmo.
Na outra extremidade, está o novo filme de Woody Allen, que chega aos cinemas dia 14: "Vicky Cristina Barcelona". Uau. Foi amor à primeira ouvida. Depois eu vi o cartaz: uma bela foto cujo enquadramento "despretensioso" revela um trio pra lá de talentoso: Javier Bardem, Penélope Cruz e Scarlett Johansson. Não sei se o filme é bom, mas o nome, sem dúvida, é ótimo.
3 coisas sobre o filme: a primeira não é novidade para ninguém. Woody Allen, definitivamente, adotou Scarlett Johansson - primeiro em Ponto Final, depois em Scoop, e agora como a Cristina, do título. A segunda é que Allen está sendo acusado de plágio por um escritor que afirma ter escrito um romance cuja trama se assemelha muito com a do roteiro do longa, e está disposto a desmascará-lo. A terceira e última é que, dizem aqueles que já assistiram, que este é um filme diferente dos que os fãs de Woody Allen estão acostumados a ver. Além disso, tem uma bela fotografia, o que dá uma certa leveza à obra - em outras palavras, é menos Manhattan (cidade adorada pelo diretor e onde se passa a maioria de seus filmes) e mais Barcelona.
Volto a falar sobre nomes daqui a alguns posts. Beijos.
Elenco com o diretor e roteirista de Vicky Cristina Barcelona: Woody Allen.

Indiscreto

Está aí um cara nem um pouco exigente na hora de arrumar uma namorada. Telefone e nome (me parece estar escrito "Jorgi", é isso mesmo?) numa nota de 2 reais. Infelizmente não faço o seu tipo Jorgi, mas pode deixar que vou passá-la adiante! Pensando bem... será que eu ligo e entrevisto essa figuraça? Melhor deixar pra lá. Mas para as solteiras que por aqui passarem, não custa anotar, né: 9537-6079.
 
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