sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Guerrilha: Quick Dry Nail Polish

Criada pela JWT de Londres para a marca Rimmel, esta peça é fantástica. Em primeiro lugar por causa do efeito visual que proporciona. E em segundo lugar pelo oportunismo. Se fosse para vender um esmalte que prometesse maior durabilidade, ou brilho, ou qualquer outra coisa, a ação não funcionaria tão bem, pois se trata de uma escultura - algo sólido - representando o que, na realidade, é líquido. Ficaria, portanto, falso e tosco. Mas se o diferencial é secagem rápida, aí sim temos uma bela sacada.
A equipe da Thompson inglesa também criou uma versão miniatura para exposição nos pontos de venda. Palmas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Storyboard: Bath time

Filme_Bath time
Ano_2006
Por_Carlos Fernadez Puertolas
Quem tem cachorro deve se familiarizar com esta curta e simpática animação. Reparem ainda na trilha, dá para identificar a música?

Claquete: Nomes e nomes 2

No dia 6 de novembro, eu revelei nesta seção que costumo pré-julgar um filme pelo seu título e seu cartaz. Não sou o único, todo mundo é capaz de torcer a boca para um título idiota e se perguntar "Será que um filme com este nome pode ser bom?". Para algumas pessoas, o nome (a chamada) e o cartaz (a arte) podem não exercer grande influência, para outras - esses publicitários implicantes -, porém, são elementos que contam. De qualquer maneira, todos nós somos impactados. Caso contrário não se gastariam horas de queimação de mufa e munheca na elaboração do título, do cartaz e também do trailer. Os marqueteiros sabem: tudo - absolutamente tudo - diz alguma coisa a respeito, para o bem ou para o mal, consciente ou inconscientemente. Todos os detalhes são vendedores e por isso são importantes.
Na semana em que Slumdog Millionaire foi batizado como "Quem quer ser um milionário?" escrevo aqui a continuação da coluna anterior ("Nomes e nomes 1"), prometida há mais de dois meses.
Se o responsável pelo título em português fosse fiel, o longa de Danny Boyle se chamaria "O Milionário Favelado". Para nossa sorte, ele não foi fiel. Mas poderia, digamos, ter sido mais feliz - entendem o por quê dos "implicantes" lá em cima? O termo "Slumdog" foi ignorado. No lugar de "favelado", eu sugeriria "improvável". Mas tudo bem, logo, logo a gente se acostuma a chamá-lo por este títulozão. Quem quer ser um milionário?, a propósito, é o nome do programa de TV do qual o personagem principal do filme participa. O que o nome tem de mais positivo, a meu ver, é ser comercialmente forte.
Do que não gosto é de "títulos brancos". Chamo assim os títulos que servem para uma penca de outros filmes, além do próprio. Geralmente são formados por um substantivo e um adjetivo ou locução adjetiva. Exemplo? Conduta de Risco (aquele com George Clooney, oscarizável de 2008): na boa, acho que todos ou quase todos os filmes de ação poderiam se chamar "Conduta de Risco". Filmes de ação, a propósito, são os campeões de títulos brancos: quantos filmes vocês conhecem com a palavra "fatal"? Trocentos. Vão até a locadora mais próxima e deem uma olhada: reparem, é um substantivo + fatal (adjetivo).
Também não me desce a mania que se tem aqui de deixar o título original e adicionar uma espécie de subtítulo em português. Para mim, ou um ou outro: ou opta somente pelo nome original ou lança sem ele. Os exemplos neste caso são inúmeros: "Closer - Perto Demais", "Moulin Rouge - Amor em Vermelho", "Crash - No Limite", "Sideways - Entre Umas e Outras". Esta turma é mesmo muito indecisa: em 1998 eles não sabiam se batiam o martelo para "O Show de Truman" ou "O Show da Vida". O que eles fizeram? Muito simples, lançaram "O Show de Truman - O Show da Vida". Na maioria das vezes, o (sub)título em português é bem melhor do que o título original. É o caso de "Closer" e "Sideways" - este último para mim é o pior de todos. O que é 'sideways' para o lusófono? Nada. 'Crash', em último caso, é uma onomatopeia, capaz de ser compreendida universalmente; mas 'sideways' não é nome próprio nem onomatopeia! Já "Perto Demais" é muito mais sonoro do que "Closer".
Não me estenderei. Juro que já estou até me acostumando em chamar Slumdog Millionaire de Quem quer ser um milionário?. Meu último apelo é para que lancem o filme antes do dia 22/02. E para os publicitários ou aspirantes a publicitários, uma dica: evitem usar títulos brancos em anúncios - ou não venham dizer depois que alguém os chupou*.
*"chupar" = plagiar, copiar toda ou parte da ideia.
 Título Branco: recorte na linha pontilhada e cole em outros 549 filmes.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Adbusting: arte ou vandalismo?

Uma velha mídia muito conhecida por todos e, às vezes, acusada de causar poluição visual em paisagens urbanas, vem sofrendo intervenções de "artistas" em Berlim e Nova Iorque. O meio a que me refiro é o outdoor e a "arte" chama-se adbusting. Tem esse nome porque danifica a peça. Algumas ações são mais agressivas do que outras, como as do "Poster Boy": um cara que, com uma lâmina na mão e uma máscara no rosto, sai pela Big Apple recortando outdoors e refazendo-os, num exercício criativo de colagem.
É exatamente por ser criativo - mais criativo do que os próprios anúncios - que este tipo de interventor acabou ganhando título de artista. Mas seria mesmo arte, ou está mais para um vandalismo "bem bolado"? Acho a questão polêmica e aposto que os anunciantes não gostaram do que viram. 
Para a publicidade, se trata de um alerta, um sinal de que já passou da hora de buscar novos rumos, novas alternativas de divulgação. Não me coloco ao lado dos "adbusters", muito pelo contrário, porém, o que fazer quando a criatividade está com eles? Essa questão dá pano pra manga. Poderíamos nos remeter aos heróis clássicos do cinema e da TV, de Carlitos ao Didi Mocó: sempre nos divertimos e torcemos por eles quando desafiam a instituição e a ordem formal, é ou não é? Eis um bom assunto para aquele papo de boteco.
Abaixo, as ousadas intervenções.
No metrô de Berlim, um grupo de adbusters transformou a propaganda dos CDs de Britney Spears, Christina Aguilera e Leona Lewis em tela do photoshop, famoso software de edição de imagens, sugerindo que aqueles rostos bonitinhos passaram por uma retocada virtual para ficarem assim.
Esse cara com o maior estilo de gângster sai por Nova Iorque alterando outdoors: é o Poster Boy. As modelos que se cuidem!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Claquete: Slumdog Millionaire 4 x 2 Kate Winslet

Foi uma lavada. O filme anglo-indiano Slumdog Millionaire ganhou os principais prêmios no Globo de Ouro 2009. Ao todo foram 4 troféus: Melhor Trilha Sonora (A. R. Rahman), Melhor Roteiro (Simon Beaufoy), Melhor Direção (Danny Boyle) e Melhor Filme Dramático. Em suma, Slumdog - aguardo ansiosamente pelo título em português =p - arrematou todos os globos a que concorreu. Por ter levado o de roteiro, direção e filme, ele se torna o favorito a qualquer coisa que apareça de agora em diante. Mesmo sabendo que o Globo de Ouro e o Oscar são premiações completamente independentes uma da outra, o desempenho do longa de Boyle foi arrebatador, o que corrobora a previsão feita no último post: Slumdog estará no Top 5 da Academia.
Um exemplo: ano passado, Desejo e Reparação, Onde os Fracos Não Têm Vez e O Escafandro e a Borboleta levaram, cada um, dois globos. Desejo... ganhou o de Melhor Filme e Trilha Sonora, Onde os Fracos... o de Melhor Ator Coadjuvante e Roteiro, e O Escafandro... o de Melhor Direção e Filme Estrangeiro. Os três principais prêmios (Direção, Roteiro e Filme Dramático) foram pulverizados em 2008. Desta vez, ao contrário, os troféus se concentraram em um só título.
O segundo nome mais vitorioso da noite, na realidade, não foi de um filme, mas de uma atriz: Kate Winslet. Ela levou o globo de Melhor Atriz por Foi Apenas um Sonho e o de Atriz Coadjuvante por The Reader. Fiquei particularmente feliz pelo sucesso de Kate. Ela é uma ótima atriz e quase todo o ano recebia uma indicação. Ao todo, foram cinco indicações ao Globo de Ouro e outras cinco ao Oscar; nenhuma vitória. Parece que este ano a HFPA decidiu quitar sua dívida com Winslet, dando-lhe dois globos de uma vez só. Resta saber se a Academia vai fazer o mesmo.
Outros filmes premiados foram: Simplesmente Feliz (Melhor Atriz Cômica para Sally Hawkins), Na Mira do Chefe (Melhor Ator Cômico para Colin Farrell), O Lutador (Melhor Ator Dramático para Mickey Rourke e Melhor Canção Original para Bruce Springsteen), O Cavaleiro das Trevas (Melhor Ator Coadjuvante para Heath Ledger) e, finalmente, Vicky Cristina Barcelona (Melhor Filme Cômico).
O prêmio para Ledger é justo, já o de Rourke... não sei. Tenho que concordar com Rubens Ewald Filho - cuja tradução simultânea é quase sempre desastrosa e mais atrapalha do que ajuda -, Mickey Rourke foi ele próprio em O Lutador. Creio que Sean Penn deve ter tido uma atuação mais brilhante em Milk do que seu concorrente. Mas Penn, para variar, sequer compareceu ao Beverly Hilton. 
A propósito, tivemos muitas ausências no Globo de Ouro. Woody Allen também não apareceu, o que também não é nenhuma surpresa. Seu filme levou a melhor entre os cômicos. Eu havia apostado em Queime Depois de Ler. Vicky Cristina... é ótimo e o pessoal da HFPA gosta de Allen. O problema dele é com a Academia. Continuo cético, porém menos do que antes: Vicky Cristina... pode até pintar em algumas categorias do Oscar, mas sairá de mãos abanando. A não ser que Penélope tome o que é seu de direito: uma estatueta pela fervorosa María Helena. Ela nunca esteve tão bem e merece algum prêmio pela atuação.
O Curioso Caso de Benjamin Button não viu a cor dos globos de ouro, mas certamente levará algumas estatuetas no Oscar, é fortíssimo candidato nas categorias técnicas: maquiagem, direção de arte, efeitos visuais... Quanto ao filme, não sei. Eu não daria. Mas não se esqueçam: algumas vezes a Academia não premia o melhor, premia o mais caro. (Sim, eu me refiro ao Oscar que Os Infiltrados tirou de Pequena Miss Sunshine!)
E ATENÇÃO: nesta 5a feira, dia 22, saem os indicados ao Oscar 2009! E é claro que eu não posso deixar de palpitar. Eis o meu Top 5: Slumdog Millionaire, The Reader, O Curioso Caso de Benjamin Button, Dúvida e Wall-E
Vicky Cristina Barcelona corre por fora. Se Batman entrar no Top 5 ficarei muito desapontado. E esqueçam as minhas previsões para Filme Estrangeiro: nem Gomorra, nem I've Loved You so Long. O favorito é o israelense Waltz With Bashir.
Chega por hoje.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Branding: a história de algumas logos

Matéria da Superinteressante de janeiro (ed. 261 - O Mistério das Marcas) traz uma breve explicação sobre o desenho de alguns logotipos conhecidos. Nem todas as interpretação são interessantes, por isso selecionei as melhores. O texto é de Emiliano Urbim. Umbro
Cada losango representa um dos fundadores, Harold e Wallace Humphrey.
Starbucks
A rede de cafés nasceu no porto, daí a sereia - que segura dois rabos.
Sony Ericsson
Com muita boa vontade, você vê na bolinha um S e um E minúsculo.
Parmalat
A mistura de flor e sol representa o frescor natural dos laticínios.
Montblanc
Homenagem ao ponto culminante da França, visto de cima, coberto de neve.
Mitsubishi
Em japonês, significa literalmente "3 losangos", representados na marca.
Lacoste
Crocodilo era o apelido do aguerrido tenista René Lacoste, criador da marca.
Kibon
A imagem busca harmonizar a forma de coração com a consistência de um sorvete.
Java
Parece erro de programação, mas java é uma gíria americana para café.
Hering
Os peixes são arenques - em alemão, hering, sobrenome dos fundadores.
BMW
A sigla significa "fábrica de motores da Bavária", cuja bandeira está no círculo.
Banco do Brasil
A forma parece abstrata, mas são dois bês entrelaçados.
Atari
O fundador americano curtia tanto o Japão que se inspirou no Monte Fuji.
Apple
A maçã lembra Isaac Newton; a mordida, o senso da descoberta.
Shell
A "concha" da petrolífera vem do pai do fundador, que tinha uma coleção delas.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Claquete: o Globo de Ouro e os oscarizáveis

A corrida rumo ao Oscar 2009 chega a um momento importante neste fim de semana. Domingo, dia 11, serão conhecidos os vencedores do Globo de Ouro. Alguns comentaristas costumam rotular o prêmio da HFPA (Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, em português) de "a prévia do Oscar". Na realidade, o GO é apenas um dos indicadores. Se somarmos a ele as listas de indicados de cada sindicato, aí sim, poderemos palpitar com certa segurança sobre quem serão os grandes favoritos ao prêmio máximo do cinema - americano, para evitarmos polêmicas.
Pois bem, os nomes dos oscarizáveis já foram revelados. Falta agora saber quais deles têm mais chances de entrar no Top 5 (os cinco indicados a Melhor Filme no Oscar). É para isso que servem os indicadores. Detalhe: chama-se de oscarizável o filme que pode pintar no Oscar, não quer dizer que vá aparecer, afinal a lista com os indicados só sai no dia 22 deste mês.
Abaixo, vocês conferem 16 filmes quem merecem uma atenção especial. Olho neles!
Os indicados ao GO de Melhor Filme Dramático são: "O Curioso Caso de Benjamin Button", "Slumdog Millionaire", "The Reader", "Revolutionary Road" ("Apenas um Sonho") e "Frost/Nixon"
Na categoria Melhor Filme Musical ou Comédia concorrem "Queime Depois de Ler", "Mamma Mia!", "Happy-go-lucky", "In Bruges" e "Vicky Cristina Barcelona".
Não sei dizer quem é o favorito entre os dramáticos, daí a grande expectativa pelo prêmio deste domingo. Se tivesse que arriscar um vencedor nas duas categorias, apostaria em "O Curioso Caso de Benjamin Button" na primeira, e "Queime Depois de Ler" na segunda. 
Por tudo que já foi anunciado por aí (as listas do SAG e do PGA, além das associações de críticos de cinema dos EUA), diria que dois filmes já têm lugar certo no Top 5 do Oscar: "O Curioso Caso..." e "Slumdog Millionaire".
Agora algumas notas rápidas:
:: "Dúvida" tem elenco de peso e parece ser o filme preferido do Sindicato dos Atores (SAG), o que o coloca também no páreo para o Top 5 do Oscar.
:: "Milk" foi ignorado pelo GO, mas lembrado em outras listas e por isso não pode ser descartado. Sean Penn vem forte para abocanhar o Globo de Melhor Ator.
:: "A Troca" ("Changeling") tem Angelina Jolie como carro-chefe. Ela vem forte para o GO e provavelmente para o Oscar. O filme é de Clint Eastwood, queridíssimo pela Academia. Ele também assina a trilha sonora, indicada ao GO.
:: "Gomorra" vs. "Il y a Longtemps que Je t'aime", Itália vs. França. Quem leva a melhor na categoria de Filme Estrangeiro? Eu aposto no francês. É muito provável que a revanche aconteça no Oscar. Fiquem de olho na atriz Kristin Scott Thomas, de "Il y a Longtemps...", ela vem para levar o prêmio de Melhor Atriz.
:: "Revolutionary Road" ("Apenas um Sonho") reedita o casal de Titanic: Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. E advinhem: para variar, Winslet está indicada.
:: Kate Winslet também está em "The Reader", fortíssimo candidato. O filme aparece simplesmente nas três principais categorias: Filme, Roteiro e Direção (Stephen Daldry).
:: "Vicky Cristina Barcelona" é uma incógnita. Quase todo o elenco está indicado: Javier Bardem, Penélope Cruz e Rebecca Hall. Ficou mal para a pequena Scarlett. Mas ainda acho que não chega ao Top 5 do Oscar. Penélope Cruz, sim, esta eu aposto que estará lá, concorrendo a Melhor Atriz Coadjuvante.
:: Heath Ledger recebeu a tão esperada indicação póstuma pelo Coringa em "Batman - O Cavaleiro das Trevas". O filme aparecerá na lista do Oscar, não tenham dúvidas, só espero que se limite às categorias técnicas (Efeitos Sonoros, Visuais, etc). A indicação de Ledger ao Oscar também seria justa.
:: "Slumdog Millionaire" me parece ser o filme mais simpático da temporada.
:: "Mamma Mia!" é delicioso mas não tem nenhuma chance.
:: "Wall-E" leva o GO e o Oscar de Melhor Animação. Esta é a única certeza que tenho.
Será que queimo a língua? Domingo, veremos.
Agora é que vai começar a ficar bom!
 
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